Ei, você…. Isso mesmo você, posso lhe chamar de preto? Ou você prefere que lhe chame de “moreninho”?
Durante a infância, eu como quase todos os brasileiros, principalmente a população negra escutamos o famoso elogio “que moreninho lindo!”. Recebemos e criamos a concepção que somos morenos.
E assim desenvolvemos e reproduzimos essa ideia, eu cresci me considerando “moreno” quando eu ouvia alguém me chamar de negro ou preto me sentia ofendido, sim muitas pessoas usam tais afirmações de maneira pejorativa, é uma realidade. Porém a palavra preto ou preta, é tido como algo sujo e inferior, e tal ideologia é reproduzida por boa parte da população brasileira. Muitos praticam isso por falta de conhecimento outros infelizmente utilizam dessa concepção por puro querer.
O moreninho ou moreninha é uma maneira de tentar suavizar a pele preta, mas lhe indago, suavizar o quê?
Suavizar a força da cor preta?
Suavizar a resistência?
Suavizar a beleza que temos, nos mais diversos tons de melanina?
Retirar a sua auto compreensão de quem você é na verdade é uma opressão a sua existência.
Eu cresci e compreendi que o racismo não existe, pois não temos raças, mas sim etnias diferentes, com traços físicos, culturais e sociais que trazem uma pluralidade entre nós, que somos pertencentes a raça humana.
Para muitos a cor da pele é uma forma de distinção entre seus semelhantes, criando diferenciações entre os humanos, e por meio dessas criam práticas sociais negativas, tornando inverdades em aspecto palpáveis, assim o racismo vêm a ser algo real, e no simples “moreninho(a)” torna vivo e o mantém.
Por isso lhe convido a te empoderar, olha-te no espelho e diga eu sou preto (a)!
Que preto lindo (a)!
Que preto maravilhoso (a)…
A negritude não está apenas em seus traços físicos, culturais e históricos, a tua negritude está na sua auto declaração, na auto compreensão e manifestação de quem você é.
Não tem nada de negativo em dizer “Preto(a)”, chega do moreninho(a),
é hora de deixar a coisa preta!
Te empodera, assim poderemos tirar a força que o racismo ainda tem em nosso país. De pequenos atos, podemos dar voz a maioria que em nosso país é minoria.
Posso lhe chamar de preto(a)?
Ou você prefere que lhe chame de “moreninho(a)”?